Lição 11 — Rute e Ester — Comentário da Lição da Escola Sabatina
Publicado em 6 de junho de 2025 por Ligado na Videira
Sábado — Rute e Ester.
Irmãos, a Lição está de parabéns. Muitos parabéns! Reparem que ela começa nos dizendo que, através das histórias de Rute e de Ester, podemos ver os acontecimentos do nosso dia a dia pela perspectiva de Deus. Ou seja, ver como que Deus vê cada um dos nossos movimentos: como começa, como se desenvolve, e como vai terminar. Em nada nas histórias de Rute e Ester, ou nas nossas, a Providência Divina é economizada. Deus sempre está vendo e agindo.
Até me fez lembrar dos discípulos perguntando para Jesus: “Mestre, por que essa pessoa tem esse problema?” — E Jesus respondia: “Para que a glória de Deus seja vista por todos vocês”.
Bem, através das profecias, Deus revela que dias difíceis estão para chegar — porém, através das histórias bíblicas, Deus mostrou que em todos os momentos difíceis que a humanidade já passou, Ele esteve presente — e esse fato é “chave” para confiarmos que Ele vai estar presente nos próximos momentos profetizados.
Que tal, então, a gente tomar posse dessas “chaves” e abrir as portas das profecias sem medo algum? Pode ser?! Sem sim, vamos começar nosso estudo. Se não, vamos começar do mesmo jeito.
Beth-lechem (ou Beit-lehem) era uma cidade muito importante para o israelita. Falar a palavra “Belém” era exatamente o mesmo que falar “casa do pão”. Foi conquistada nos tempos de Josué, passando a fazer parte da tribo de Judá. E foi lá que nasceu o rei Davi.
Como vocês sabem, existem locais com o mesmo nome. Para saber a qual queremos nos referir, uma palavra a mais é colocada. Por exemplo: existe York, na Inglaterra, e New York, nos States; País de Gales, no Reino Unido, e o Estado de Nova Gales do Sul, na Austrália; a cidade de Paraguaçu, em Minas Gerais, e Paraguaçu Paulista, no Estado de São Paulo. Da mesma forma, em Israel havia mais de um lugar chamado “Belém”. Havia Belém de Judá e Belém de Zebulom, e, talvez, outras Beléns em outros lugares. Porém, para efeito profético, Deus foi absolutamente preciso na revelação dada através do profeta Miqueias. Para que se tivesse certeza que algo aconteceria em Belém de Judá, e não em outra Belém, uma referência a mais foi dada: “E você, Belém-Efrata, que é pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de você Me sairá Aquele que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Miqueias 5:2).
Que Deus maravilhoso! Como bem disse Amós, “certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o Seu segredo aos Seus servos, os profetas”. Sendo assim, Deus deu uma “chave” para os israelitas entenderem a profecia sobre o nascimento do Messias, o Rei de Israel. Ele revelou o lugar exato do nascimento do Salvador.
Portanto, cada vez que um judeu falava ou ouvia a respeito de Belém de Judá, a Belém-Efrata, ele “deveria” se lembrar que dali viria o Redentor de Israel, e “deveria” ficar atento à voz do cartorário, quando este dissesse: “Acabou de nascer mais um menino aqui em Belém!”
Irmãos, ao estudar o Livro do Apocalipse, jamais nos esqueçamos dos Livros de Rute e de Ester. Vejamos, através da história dessas duas mulheres, que não caminhamos sozinhos para o fim da história deste mundo. Jamais estaremos sozinhos. É certeza absoluta que Deus estará conosco, e a Sua Providência será sentida em nossa vida.
“Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim Se levantará sobre a Terra” (Jó 19:25).
[Vou sugerir algumas leituras adicionais. Creio serem úteis. Que sirvam de luz para todos].
Domingo — Fome na casa do pão.
Bem, a palavra “Belém” significa “casa do pão”. E quando falamos “pão”, naturalmente lembramos de “sustento”, de “alimentação”, de “saúde”, de “vida”.
Curiosamente, Israel estava passando por uma crise alimentar terrível, e na casa do pão começou a faltar pão. E o que um pai de família deveria fazer numa situação dessas? Logicamente, correr atrás do prejuízo. E, nesse contexto, passamos a conhecer um homem chamado Elimeleque, sua esposa Noemi, e seus dois filhos: Malom e Quiliom.
Essa família achou por bem vender uma propriedade e passar uma temporada no país vizinho: Moabe. Mas, não sabiam, lá havia uma moça que queria ser salva. Essa moça, cujo nome é Rute, tinha uma imensa sensibilidade para as coisas de Deus. O que faltava era alguém aparecer para lhe ensinar o evangelho. E é aí que entra a fome lá na “casa do pão”.
Não fosse a fome em Belém, um israelita jamais iria pregar a Palavra de Deus em Moabe. Mas, Deus sabia que em Moabe havia uma moça chamada Rute, e que ela estava com o coração totalmente preparado para receber a boa semente. E Deus uniu a fome com a vontade de comer.
Irmãos, qual a razão da fome na terra que mana leite e mel? Por que a mudança para Moabe? Por que o casamento de dois israelitas com duas moças moabitas? E o que falar da morte do pai e dos dois filhos, deixando três viúvas sem o devido amparo?
Temos respostas para todas essas perguntas? Temos resposta para todas as perguntas da vida? Não, não temos. Mas, vendo especificamente essa história, percebemos que temos mais respostas do que os personagens tinham. Enquanto eles viam cada “foto” que ia sendo tirada e revelada, nós vemos o “filme” inteiro. Nós não temos todas as respostas, mas nós temos muito mais respostas que tiveram aquelas pessoas.
Agora, pensem pelo lado de Noemi e Rute. Possuíam bem menos respostas, ou quase nenhuma resposta — PORÉM, EXERCERAM FÉ.
Irmãos, a fé é um dom de Deus. É um presente dado por Ele. É um presente a ser apreciado e usado por todos nós. É uma chave para abrir a porta da certeza de que não passaremos dificuldades que não sejam vistas e acompanhadas por Deus. Jamais vai faltar uma Providência de Deus, e a fé nos faz ver isso.
Segunda — Rute e Boaz.
Na lei hebraica, se uma pessoa vendesse, ou arrendasse, ou colocasse seu terreno em garantia por alguma dívida, esse terreno voltaria automaticamente para a família no ano do jubileu — ou, antes disso, se um parente resgatador recomprasse o imóvel, ou pagasse a dívida.
Pelo jeito, Noemi viveu um bom tempo em Moabe, mas retornou viúva e pobre para Israel bem antes do jubileu, e sem filho ou neto para recuperar o tal terreno no momento oportuno. Sendo assim, na história, entra a figura do parente resgatador. Só ele para restaurar os direitos da família.
A palavra hebraica para “resgatador” é go’el, e pode também ser traduzida por “remidor”, “libertador” e “redentor”. E ela é usada primariamente para Deus: Deus é o Go’el — Deus é o Redentor. É por isso que Jó declara: “Eu sei que o meu Go’el vive / o meu Redentor vive”.
No famoso Salmo 19, Davi começa dizendo: “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos”; e termina: “Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a Tua face, Senhor, Rocha minha e Go’el meu / Libertador meu”.
Em Provérbios 23:10-11, está escrito: “Não removas os limites antigos, nem entres nas herdades dos órfãos, porque o seu Go’el é forte / o seu Redentor é forte; Ele pleiteará a sua causa contra ti”.
Na história que estamos analisando, dois go’el foram identificados. O primeiro era um parente que já estava casado, e isso o inabilitava a exercer a função. O segundo era totalmente habilitado — e o seu nome era Boaz.
Esse Boaz tinha uma história familiar muito bonita. Sua mãe foi a famosíssima Raabe, de Jericó — a mulher que foi libertada de uma vida mundana, e colocada no centro da história de Israel. Sendo assim, Boaz nasceu e cresceu num ambiente que sabia muito bem o que é a graça de Deus, e a Ele agradecia por Suas muitas misericórdias.
Bem, para efeito profético, a chave para hoje é ver Boaz como ilustração de que há um Redentor, e Ele por nós tudo fará.
Terça — Boaz, o resgatador.
Na terça, a Lição faz uso do fato de haver dois go’el na história de Rute, e faz uma aplicação para a situação da humanidade: um é o inimigo, que é totalmente inabilitado a nos fazer um bem sequer; e o outro é Cristo Jesus, que pagou a nossa dívida com Seu próprio sangue.
Louvado seja o nosso Go’el!
No mais, a história de Boaz e Rute é uma das mais lindas histórias registradas na Palavra de Deus. Rute saiu de Moabe, e acompanhou a sogra em seu retorno para Belém. Por sinal, a sogra até tentou desviar Rute desse propósito, mas esta disse um dos versos mais lindos de toda a Bíblia: “Não me instes para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus”.
Bem, Boaz e Rute se casaram, e tiveram um filho, que foi Obede; o neto deles foi Jessé; o bisneto, Davi. E a genealogia seguiu, até que, em Mateus 1:5, esse casal foi mencionado pela última vez — mas foi muito bem mencionado: é de Boaz e Rute que nasce o Rei Jesus, o Pão do Céu.
Quarta — Hamã e Satanás.
Agora, uma segunda história, com outros personagens. E começo pelo rei — o rei Assuero, também chamado de Xerxes. Ele foi rei de 486 até 465 a.C., e é em algum momento dentro desse período que nos deparamos com Ester — coroada rainha em 478 a.C.
Aqui, um cálculo precisa ser feito. Nabucodonosor levou os judeus para Babilônia em três ocasiões: 605, 597 e 586 a.C. Setenta anos depois dos primeiros cativos, alguns judeus voltaram para Judá, sob a liderança de Zorobabel (ano 536). Mas, como vemos pelo calendário da Ester, a maioria permanecia em Babilônia. No caso, todos eram judeus nascidos em Babilônia.
Isso me fez lembrar que todos os hebreus que atravessaram o Mar Vermelho eram nascidos no Egito. E dos que entraram na terra prometida, a maioria era nascida no deserto. Ou seja, somos especialistas em viver em terras estranhas; demorados em ir para o lugar em que Cristo nos foi preparar moradas.
Bem, o braço esquerdo de Assuero era um homem chamado Hamã. Esse homem tinha um ódio imenso dos judeus. Que homem terrível! E, tendo influência completa sobre o rei, bolou um plano, e conseguiu aprovação, e começou a colocá-lo em prática.
O plano era destruir todos os judeus — e quando digo todos, é de todos que digo: os judeus que ainda moravam em Babilônia e toda a geração que havia nascido e vivia em Judá. Para ser exato, o decreto foi promulgado quando Ester estava há quatro anos como rainha (portanto, ano 474). Setenta anos depois da primeira ida com Zorobabel, e os judeus ainda sendo perseguidos.
Irmãos, Deus estava vendo tudo isso. Vendo e agindo, pois se não agisse, não haveria Belém, não haveria o Pão do Céu.
Pensando bem, Hamã estava a serviço de quem?!!!
Quinta — Para um tempo como este.
Na quinta-feira, para encerrar, a Lição pula para a solução. Existem detalhes na história, mas o que nos interessa agora é a solução. E a solução foi o fato de Assuero ter se casado com Ester — mulher virtuosa, consagrada, que pertencia ao povo de Deus, e sabia que Babilônia não era a terra de seu povo.
Deus agiu, e Ester era o agir visível de Deus. Foi para esse tempo que ela havia sido colocada no trono: para superar a influência de Hamã.
Mas, irmãos, eu gostei tanto dos parágrafos que antecedem a pergunta 5, que peço permissão para copiar e colar aqui: “Alguns cristãos têm a tendência de se concentrar nos aspectos mais sombrios das profecias. Tempos difíceis estão por vir, e o estudo das profecias pode girar em torno do medo, destacando dificuldades em vez da resolução prometida para o fim da história. Embora Deus não nos iluda quanto ao futuro, e não esconda os eventos que ocorrerão até o fim, é importante buscar uma compreensão mais abrangente.
Temos um padrão nas profecias: Deus revela a verdade sobre a desordem criada pela rebelião, e então nos mostra as consequências. Mas Ele sempre destaca a esperança. Alguns olham para a crise e o ‘tempo de angústia de Jacó’ cheias de medo e apreensão. Os momentos finais não serão fáceis. No entanto, assim como a previsão de tempos difíceis é confiável, a promessa de libertação também é”.
Texto lindo, não é mesmo? Não tinha como não o mencionar.
Pra finalizar, eis um texto de uma antiga Meditação Matinal de Ellen White: “A brevidade do tempo é apresentada como incentivo para buscarmos a justiça e fazermos de Cristo nosso amigo. Mas não é este o grande motivo. Cheira a egoísmo. Será preciso que sejam conservados diante de nós os terrores do dia de Deus, para, por causa do medo, compelir-nos a agir retamente? Não deveria ser assim. Jesus é atraente” (Para Conhecê-Lo, pág. 320 —Meditação Matinal de 10/11/1965).
Quanto a Ester, também chamada de Hadassa, sua vida influenciou seu enteado Artaxerxes, que, simpatizando com o povo judeu, fez o famoso decreto de 457 a.C. — ano de início da profecia das duas mil e trezentas tardes e manhãs, e a das setenta semanas.
Louvado seja Deus!
Sexta — Conclusão.
“Com as mãos estendidas numa bênção, e como numa firme promessa de Seu protetor cuidado, Jesus ascende lentamente dentre (Seus discípulos), atraído para o céu por um poder mais forte que qualquer atração terrestre.
Enquanto os discípulos continuam a olhar para cima, ouvem, como música agradável, vozes que se dirigem a eles. Voltam-se e veem dois anjos em forma humana, os quais lhes falam, dizendo: Galileus, por que vocês estão olhando para o céu? Este mesmo Jesus, que dentre vocês foi elevado ao Céu, voltará da mesma forma como O viram subir.
Esses anjos eram do grupo que estivera esperando, em uma nuvem brilhante, para acompanhar Jesus à morada celestial. Os mais exaltados, dentre a multidão angélica, eram os dois que foram ao sepulcro na ressurreição de Cristo e, com Ele, estiveram durante Sua vida na Terra. Ardente era o desejo com que o Céu aguardava o fim de Sua estada num mundo manchado pela maldição do pecado.
Todo o Céu estava esperando para saudar o Salvador à Sua chegada às cortes celestiais. Ao ascender, abriu Ele o caminho, e a multidão de cativos libertos à Sua ressurreição O seguiu. A hoste celestial, com brados de alegria e aclamações de louvor e cântico celestial, tomava parte na jubilosa comitiva.
Ao aproximar-se da cidade de Deus, os anjos que compõem o séquito cantam, como em desafio: Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória! (A Caminho do Lar, pág. 73 — Meditação Matinal de 26/02/2017).
Deus nos abençoe.
Carlos Bitencourt / Ligado na Videira