Lição 11 – Rute e Ester
Destaques do Pastor Eber Nunes #?lesadv
A Bíblia apresenta várias mulheres que desempenharam papéis significativos na história da
salvação, mulheres como: Eva, Sara, Rebeca, Raquel, Lia, Tamar e muitas outras, que
exerceram influência poderosa no desenvolvimento da história da salvação. Na época do
êxodo, Israel devia sua sobrevivência a duas mulheres quando o Faraó decretou a matança de
todos os recém-nascidos do sexo masculino de Israel. As parteiras (Êx 1:15-17), e até mesmo
a filha do Faraó (Êx 2:5) e outras mulheres (Êx 2:7), são lembradas na Torá, o Pentateuco,
como aquelas que foram essenciais na salvação de Israel, muitas vezes arriscando a própria
vida. Posteriormente, Débora (Jz 5:7), Raabe que de acordo com a genealogia de
Jesus registrada por Mateus, foi a mãe de Boaz, que se casou com Rute e se tornou ancestral
do Messias (Mt 1:5). Esta semana estudamos um pouco da história de duas mulheres
importantes, as únicas mulheres que deram seus nomes a livros bíblicos: Rute e Ester.
Rute:
? O livro de Rute é o de número 8 no cânon das Escrituras. Ele contém 4 capítulos, 85
versículos e 2.233 palavras;
? Para várias tradições judaicas, inclusive o talmude (tradição oral dos judeus), o autor do
livro de Rute foi o profeta Samuel;
? Como a genealogia do livro (Rt 4:18-21) termina com Davi e não faz menção a Salomão,
o livro provavelmente foi escrito entre a unção de Davi e a coroação de Salomão;
? A história se passa durante o tempo dos juízes (Rt 1: 1), entre os anos 1375-1050 a.C;
? A história de Rute é um contraponto ao livro de Juízes. Se em Juízes vemos os santos
flertando com os profanos, em Rute acontece exatamente o contrário. Rute é uma
estrangeira que abandona os deuses de sua terra e se torna fiel ao Deus Altíssimo;
? Rute é identificada como moabita, uma designação mencionada duas vezes no texto. A
heroína do livro é uma estrangeira e Deus havia decretado que nenhum moabita faria
parte do Seu povo: “Nenhum amonita nem moabita entrará na assembleia do Senhor;
nem ainda a sua 10ª geração entrará na assembleia do Senhor, eternamente” (Dt 23:3);
? Na genealogia de Cristo, no livro de Mateus, há menção a 5 mulheres, entre elas Rute.
Ester:
? O livro de Ester é o de número 17 no cânon das Escrituras. Ele contém 10 capítulos, 167
versículos e 5.270 palavras;
? É o único livro da Bíblia (ao lado de Cantares, dependendo da versão) onde o nome de
Deus não aparece. Mathew Henry disse: “Se o nome de Deus não está aqui, Seu dedo
está”. O Talmude usa um verso bíblico como outra razão porque não se menciona o
nome de Deus em Ester: “Esconderei, pois, certamente, o rosto naquele dia, por todo o
mal que tiverem feito, por se haverem tornado a outros deuses” (Dt 31:18). Segundo o
Talmude, Deus teria escondido seu rosto a Israel por causa dos seus pecados. Por outro
lado, alguns autores sugerem que Ester é um extrato dos arquivos oficiais da Corte persa
(Et 2:23), o que também explicaria a omissão do nome de Deus;
? O NT não faz nenhuma referência a Ester;
? Pela Bíblia sabemos que o autor do livro de Ester, por certo, foi um judeu que vivia em
Susã na época em que os fatos narrados ocorreram. Seu nome é desconhecido apesar de
alguns acharem que foi Esdras, outros Neemias, e outros Mordecai;
? Ester é conhecido como o livro dos banquetes. Há entre 08 e 10 banquetes no livro,
sendo que os eventos mais importantes do livro acontecem durante esses jantares;
? Ester vivia no reino da Pérsia, após a queda de Babilônia em 539 a.C. Israel e seu sistema
de adoração tinham realmente decaído. Os israelitas haviam quebrado a aliança com o
Senhor (Lv 26). Sua idolatria tornou-se bem difundida e Deus permitiu que eles fossem
levados cativos para Babilônia. Houve 3 cativeiros (605 a.C, quando Daniel foi
transportado; 597 a.C e 586 a.C). Os antepassados de Mardoqueu tinham sido levados a
Babilônia no 2º cativeiro. Então, 70 anos após o início do cativeiro, os judeus foram
autorizados a voltar para casa por meio de decreto emitido por Ciro, rei persa, em (538
a.C). Ciro decretou que todos os judeus que assim o desejassem podiam voltar para a
Palestina. Zorobabel liderou o 1º grupo de exilados de volta a Jerusalém (Ed 1, 2) e
Esdras liderou o 2º grupo (Ed 7). Os exilados judeus tinham ampla liberdade na Pérsia e
muitos lá ficaram porque haviam se estabelecido ou porque tinham medo da viagem de
retorno à sua terra natal (PR, 440). Acredita-se que 50 mil (Ed 2:64 e 65) judeus
voltaram e muitos preferiram ficar. Um dos muitos judeus que escolheram não voltar foi
um homem chamado Mordecai (Mardoqueu), que estava morando na cidade de Susã,
uma das 4 capitais do Império Persa. Pelo fato de sua família ter-se ido, ele adotou uma
jovem prima (CBA, vl 3, 518).
Rute viveu nos “dias em que os juízes julgavam” (Rt 1:1), durante o período inicial de Israel,
quando as tribos ainda estavam se estabelecendo na terra prometida. Ester, por sua vez,
pertence ao último período de Israel, durante o exílio persa. O fato de que a história bíblica de
Israel começa e termina com a voz de uma mulher é significativo, pois, na Bíblia, uma
mulher frequentemente simboliza a igreja. Portanto, podemos nos perguntar como essas duas
mulheres representam a igreja de Deus e quais lições nós, como igreja de Deus dos últimos
dias, podemos aprender com a história delas.
Fome na casa do pão
“Nos dias em que julgavam os juízes, houve fome na terra” (Rt 1:1 a 5).
? Quando Josué morreu o povo ficou sem um líder, e por diversas vezes seguiu as práticas
pagãs dos povos vizinhos (Jz 2). Toda vez que Israel se corrompia, Deus permitia que as
nações pagãs os subjugassem, como havia sido previsto no contrato de aliança (Dt 28; Lv
26). Porém, assim como Israel caía em pecado e era subjugado, também se arrependia, e
quando isso acontecia, eles clamavam a Deus por socorro; Ele, então, levantava juízes
para libertar Seu povo e lhes dar descanso (Jz 2, 3, 6 e 10);
? O período dos juízes foi marcado pela apostasia do povo de Deus o que naquele tempo
resultou em fome.
“Um homem de Belém de Judá saiu a habitar na terra de Moabe” (Rt 1:1 a 5).
? Na língua hebraica, o termo Belém significa “casa do pão”;
? Belém era um tipo de aldeia localizada sobre um monte, cerca de 8 quilômetros ao sul de
Jerusalém. Era também conhecida como cidade de Davi, pois ali nascera o rei-pastor.
Geralmente é mencionada como Belém de Judá ou Belém- Efrata, a fim de diferenciá-la
de outras cidades que tinham o mesmo nome;
? Diversas histórias da Bíblia tiveram Belém como palco, mas, no AT, talvez a de Rute
seja a mais conhecida;
? Noemi, Elimeleque e seus 2 filhos saíram de Belém para Moabe por causa da fome. Que
paradoxo: faltou pão na “casa do pão”;
? Em Moabe seus filhos se casaram e, por motivos não mencionados no livro, Elimeleque
e os 2 filhos morreram em menos de 10 anos. Agora a família estava em situação difícil
como nunca, pois eram 3 viúvas numa só casa. A situação da mulher na antiguidade era
da mais total dependência do homem. Se não houvesse homem que tomasse conta dela, e
se ela não tivesse recursos próprios, geralmente, ficava reduzida à mais abjeta situação.
Se fosse viúva, então, seu estado piorava mais ainda. Muitas mulheres nessas condições
só dispunham de uma solução: entregar-se à prostituição;
? Os moabitas eram descendentes de Ló, inimigos do povo de Israel durante sua jornada
para Canaã. Então por que buscar ajuda lá? Infelizmente há pessoas vivendo na Belém
espiritual sem ter contato com o Pão verdadeiro. Entram na igreja e saem dela, mas
permanecem vazias. Assistem aos cultos e participam dos ritos, mas sem um
relacionamento de amor com Jesus. Imaginam que visitar a “casa do Pão” seja suficiente.
Quando as crises batem à porta, ficam desesperadas e correm para as Moabes modernas;
? Está faltando pão em sua Belém? Está faltando sentido em sua religião?
Diante de tantas tragédias pessoais, Noemi decidiu buscar refúgio em seu próprio povo
voltando para as terras de Israel (Rt 1:6). Ao comunicar sua mudança de volta para seu povo
à suas noras, Noemi se surpreendeu ao se deparar com a decisão de uma delas. Enquanto Orfa
decidiu permanecer em sua terra, Rute resolveu acompanhar Noemi em sua jornada. Mesmo
quando Noemi insistiu para que ela ficasse, estas foram suas palavras: “Não me instes para
que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer
que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (Rt 1:16).
? Desde então, o livro passa a girar principalmente em torno de Rute, nome que aparece 13
vezes na Bíblia, 12 no próprio livro de Rute, e uma vez em Mateus (1:5);
? Embora a moralidade e a espiritualidade despencassem na vida do povo de Deus, a vida
de Rute se elevou do paganismo para fazer parte do remanescente fiel que Deus sempre
preservou na história mundial. Assim como Raabe (de Jericó), Rute de Moabe converteu-
se ao povo de Deus, renunciou a seus ídolos, e de seu povo pagão para unir-se ao povo
que Deus usava para atingir Seus elevados e nobres propósitos evangelísticos;
? A amabilidade de Noemi para com sua nora foi tão marcante que a levou a querer segui-
la. Que esse fosse um ato mais comum entre noras e sogras hoje em dia;
? Rute não queria o que Noemi tinha, queria Noemi. Havia pureza de propósito ali;
? Um dado interessante aparece no último versículo do 1º capítulo do livro: Noemi e Rute
“chegaram a Belém no princípio da sega das cevadas” (Rt 1:22). Esse informe permite-
nos saber que a seca terminara em Judá.
Rute e Boaz
“Esta é a moça moabita que veio com Noemi da terra de Moabe” (Rt 2:5-20).
? Era o tempo da sega das cevadas, e Rute desejou ser uma das segadoras. Com a
permissão de Noemi, ela foi. E “por casualidade” entrou na parte do campo plantado que
pertencia a Boaz. Nessa casualidade, entretanto, podemos ver a mão de Deus, que
controla desde os movimentos das estrelas até o voo dos pássaros;
? Não atribuamos à coincidência o que Deus reserva por providência;
? O melhor antídoto para dor e o sofrimento é uma vida ativa e produtiva. Rute não cruzou
os braços, ela decidiu continuar;
? Só há duas boas atitudes em meio a dor: Confiança em Deus e sair a trabalhar;
? Rute trabalhou no calor extenuante, para sustentar a sogra hebreia;
? Quando Boaz veio ver como ia a colheita nos seus campos, pôs a vista em Rute e
perguntou ao encarregado: “De quem é esta moça?”. E a resposta que recebeu foi: “Esta
é a moça moabita que veio com Noemi da terra de Moabe” (Rt 2.5,6). Imediatamente
Boaz interessou-se por ela, posto que com grande discrição e respeito, chamando-a de
“filha”. De fato, a diferença de idade entre os 2 parecia ser bastante grande. Embora
viúva, Rute provavelmente ainda não havia chegado aos vinte 25 anos, pois,
na antiguidade, as mulheres casavam-se muito jovens. Boaz, entretanto, conforme a
história nos permite depreender, já era homem maduro;
? O 2º capítulo do livro permite-nos ver com que carinho Boaz tratou Rute. Não há que
duvidar que ele sabia que ela era nora de Noemi, viúva de Elimeleque, um parente seu já
falecido. Mas, sem dúvida, também sabia que Rute havia aceitado o povo de Israel como
seu povo, e o Deus de Israel como seu Deus;
? Quando Rute contou à sua sogra, Noemi, onde estivera trabalhando durante todo aquele
dia, estampou-se um sorriso na enrugada fisionomia da velha judia. E Noemi disse,
triunfante: “Esse homem, esse Boaz, é um dos nossos parentes chegados. Ele é um
dos nossos possíveis resgatadores” (Rt 2:20);
? O 3º capítulo do livro de Rute é muito romântico. Narra o namoro entre Boaz e Rute.
Noemi agiu como cupido, instruindo a nora viúva sobre como comportar-se de modo que
atraísse a atenção de Boaz, sem também mostrar-se vulgar;
? O namoro não tinha como dar errado. Boaz era um homem cheio de Deus, Rute era uma
mulher dependente de Deus, e a conselheira, Noemi, era uma adoradora de Deus;
? Mesmo sendo independente, Rute submeteu-se aos CONSELHOS de alguém mais
experiente;
? Boaz poderia ter se aproveitado da situação difícil de Rute, infelizmente, essa é uma
realidade do nosso mundo, pessoas que se aproveitam da desgraça dos outros;
? Boaz fez tudo certo, foi fiel e Deus, e Deus o honrou.
Boaz, o resgatador
“Boaz disse aos anciãos e a todo o povo: Sois, hoje, testemunhas de que comprei da mão de
Noemi tudo o que pertencia a Elimeleque, a Quiliom e a Malom; e também tomo por mulher
Rute, a moabita” (Rt 4:9 e 10).
? A palavra hebraica goel, traduzida como “Redentor” é uma das palavras mais
importantes do AT para descrever a divina obra de salvação em termos de uma lei
humana que apresentava uma saída legal à miséria social. Ela é uma das palavras-chave
no livro de Rute;
? O goel, ou “redentor familiar [consanguíneo]”, aparece 10 vezes em Rute (2:20; 3:9, 12,
13; 4:1, 3, 4, 6, 8, 14), um livro com apenas 4 capítulos;
? Em alguns contextos no AT, o termo goel é usado para se referir a Deus como sujeito –
Ele é quem redime (Êx 15:13). Essa palavra também é um epíteto divino no livro dos
Salmos (19:14; 69:18; 72:14; 74:2). Porém, o termo também é utilizado em relação aos
seres humanos em um contexto legal, o que apresenta o contexto original (Lv 25:23-34
no contexto da lei de redenção; Números 5:8 no contexto da lei da restituição; Números
35:12, 19, 21, 24, 25, 27 em relação às cidades de refúgio, onde se traduz goel como
“vingador”). Entretanto, é importante lembrar que o “elemento salvador” sempre
acompanhava os “requisitos legais” no AT. Por exemplo, em Isaías 49:26, 60:16 e 63:9,
ocorre o paralelo entre as palavras hebraicas para “salvar” e redimir (goel);
? O 1º marido de Rute, Malom (Rt 4:10), não tinha mais irmãos, tornando assim o parente
mais próximo responsável por regatar a Rute (Rt 3:12), mas como esse parente se
recusou a se casar com Rute (Rt 4:5), Boaz se tornou o parente mais próximo;
? Na tradição hebraica, “o redentor” (go?el) é o parente mais chegado, aquele que realiza
certos atos em favor de alguém que, na maioria das vezes por causa da morte, não está
em condições de efetuá-los por si mesmo. O redentor podia ser:
1- O que casava com uma viúva, a fim de suscitar descendência ao homem falecido;
2- O vingador do sangue de seu irmão (Dt 19:6-12; Nm 35:12);
3- Quem reivindicava e recuperava a propriedades de seu irmão (Lv 25:23, 25);
4- Quem era capaz de libertar seu irmão da servidão (Lv 25:25, 48);
5- Quem podia comparecer ao tribunal a fim de pleitear em favor de um parente
injustiçado (Pv 23:10).
Na tipologia messiânica, Jesus é “o redentor” e preenche as condições legais exigidas:
1- Ele deveria ser um parente de sangue (Rt 2:20) – Cristo tornou-Se humano;
2- Ele deveria ter recursos para comprar a propriedade (Rt 4:10) – Cristo é dono de tudo;
3- Ele deveria estar disposto a comprar a propriedade (Rt 4:9) – Cristo voluntariamente
se deu por nós;
4- Ele deveria estar disposto a se casar com a esposa do parente falecido (Rt 4:10) – O
relacionamento entre marido e mulher aponta para o relacionamento entre Cristo e
Sua igreja;
5- “O Redentor” que se levantará se cumpre em Jesus. “E eu, quando for levantado da
terra, atrairei todos a mim mesmo” (Jo 12:32).
Boaz teve que pagar um alto preço como resgatador. Primeiro, ele deveria pagar pela terra de
Noemi (Rt 4:3). Segundo, ele deveria desposar a Rute e dar a ela descendência, a qual
pertenceria a Malom (Rt 4:5). Isso não lhe acrescentaria patrimônio, mas aumentaria suas
responsabilidades e despesas com Rute.
No final da história de Rute há um casamento. Seguindo as tradições da época (A Lei do
Levirato – Dt 25:25-28; Rt 4:1-10), Boaz resgatou tudo que pertencia a Elimeleque, a
Quilliom, a Malom e tomou Rute como esposa para gerar a descendência de Elimeleque que
estava comprometida com a morte de seus filhos. Rute concebeu e deu à luz a Obede. Obede
foi avô de Davi. Em Davi nós não só vemos a transição de Juízes para Reis, mas nós também
vemos a formação da descendência do Senhor Jesus.
Hamã e Satanás
“Vendo, pois, Hamã que Mordecai não se inclinava, nem se prostrava diante dele, encheu-se
de furor. Porém teve como pouco, nos seus propósitos, o atentar apenas contra Mordecai,
porque lhe haviam declarado de que povo era Mordecai; por isso, procurou Hamã destruir
todos os judeus, povo de Mordecai” (Et 3:1 a 14).
? Quando Hamã quis destruir o povo judeu, ele fez a seguinte descrição: “Existe
espalhado, disperso entre os povos em todas as províncias do teu reino, um povo cujas
leis são diferentes das leis de todos os povos e que não cumpre as do rei; pelo que não
convém ao rei tolerá-lo” (Et 3:8). Uma receita perfeita para a perseguição. Mesmo tendo
sido exilados por causa dos seus pecados, ainda assim eram identificados entre os povos
como um povo com leis diferentes e costumes diferentes. Hoje somos um povo,
identificados como tendo leis diferentes e costumes diferentes?
? Hamã é a prova que o orgulho humano não tem limites;
? Vemos em Hamã excesso de poder e deficiência de valores;
? Aquilo que as pessoas fazem quando se encontram numa posição de autoridade é uma
prova do seu caráter;
? O plano de extermínio foi selado no 1° mês do ano, para ser executado no 12° mês do
ano. Vingança. Ele queria que os judeus vivessem atormentados;
? Hamã agiu como Satanás, odiou Mardoqueu e buscou exterminar seu povo;
? “Por intermédio de Hamã, Satanás operou nessa ocasião para contrapor-se aos propósitos
de Deus” (EGW);
? “Mordecai não havia feito a Hamã nenhum mal, mas simplesmente havia se recusado a
mostrar a ele reverência que traduzia culto” (FDD, 32);
? Tanto Ezequiel 28 quanto Isaías 14 revelam as razões pelas quais Lúcifer caiu. E, como
sabemos, o desejo por ser adorado foi a principal razão.
Toda a crise final girará em torno da Adoração. A história se repetirá. O decreto que
finalmente sairá contra o povo de Deus será muito semelhante ao que Assuero promulgou
contra os judeus (PP, 605). Os que procurarem ser fiéis a Deus enfrentarão algo semelhante
ao que os judeus enfrentaram nessa história (Ap 13:15).
Deus é antecipado. Antes do rei engrandecer Hamã que persegueria os judeus, Deus já havia
engrandecido Ester para livrá-los. Deus sempre tem uma solução preparada antes mesmo que
apareça o problema.
Para um tempo como este
“Não imagines que, por estares na casa do rei, só tu escaparás” (Et, 4: 13 e 14).
? No princípio, Mardoqueu sentiu-se impotente diante da ameaça, mas logo começou a
concentrar-se na solução. Ele alertou Ester: Estamos no mesmo barco! Todos estamos
vulneráveis: Uns, um pouco mais, outros, um pouco menos! Mordecai lembrou a Ester
de uma grande verdade: O fato de morar no palácio, não deve ser razão para perder a
sensibilidade.
“Se te calares, de outra parte se levantará… consolo e livramento” (Et 4:14).
? Como Ester, existem pessoas que precisam ser exortadas para entender que têm que
trabalhar para salvação dos outros. Há momentos que o silêncio é sabedoria, mas há
outros momentos que calar é covardia. A fim de que o mal triunfe, só é preciso que os
homens bons fiquem de braços cruzados. Quando deixamos de falar da salvação àqueles
que não conhecem a Jesus, não é só a salvação deles que está em jogo;
? Ester, esta é a sua hora! Tome posição;
? Ester, quando há vidas em jogo, não podemos permanecer neutros;
? Ester, “a oportunidade nunca é perdida ... Alguém sempre vai aproveitar as que você
perdeu” (William Shakespeare).
“Quem sabe se não foi para um momento como este que você chegou à posição de rainha?”
(Et 4:14).
? Ninguém está onde está por acaso;
? No divino drama do destino, Deus nos colocou no mundo para um momento como este.
Não escolhemos viver neste momento da história. Isto é obra de Deus. Como Ester,
fomos chamados para o reino para uma conjuntura como esta. Ester fez uma poderosa
diferença no seu mundo. Nós também podemos fazer diferença.
Há um adversário ao nosso redor, “cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe
resta” (Ap 12:12). E o Senhor está prestes a encerrar o último capítulo da história do pecado e
inaugurar o 1º capítulo de nossa história eterna. Deus escreveu “com toda a autoridade” (Et
9:29), o dia e a hora de nossa redenção. Mas enquanto aguardamos, precisamos estar
revestidos com a armadura de Deus, porque a nossa luta não é contra pessoas, mas “contra as
forças espirituais do mal” (Ef 6:12). Não é uma guerra civil, de uns contra os outros, e sim
uma guerra espiritual que requer a confiança no Único que tem poder para vencê-la: Jesus.
Ellen G. White chega a dizer que o exemplo de Ester traz experiências probantes que
sobrevieram ao povo de Deus em seus dias e que não eram peculiares somente àquele tempo,
mas devem se repetir também no fim dos tempos, conforme vemos na forte declaração de
Apocalipse 12:17: “O dragão ficou irado com a mulher e foi travar guerra com o restante da
descendência dela, ou seja, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de
Jesus” (Maranata, o Senhor Logo Vem! [MM 2021], 30).
“Vá reunir todos os judeus que estão em Susã, e jejuem em meu favor” (Et 4:16).
? “Ester tomou tempo para comunhão com Deus, a fonte de sua força” (PR, 601);
? O jejum não traz a solução por si mesmo, mas nos ajuda a perceber mais claramente qual
é a vontade de Deus diante das ameaças.
“Depois disso irei ao rei… Se eu tiver que morrer, morrerei” (“Et.4:16).
? Certos momentos na vida exigem decisões radicais e arriscadas. Coragem;
? Até onde estou disposto a ir e que riscos correr para salvar aqueles que perecerão no
pecado?
? Deus deseja homens que arrisquem qualquer coisa e todas as coisas para salvar almas;
? Ester colocou a causa do seu povo acima do seu instinto de autopreservação;
? “Quem não tem uma causa pela qual morrer não tem motivo para viver” (M. Luther
King).
Conclusão 1 (Rute):
? Rute não apenas se casou com Boaz, restaurando a dignidade de sua família, mas
também recebeu a maior recompensa possível, assegurando um lugar na genealogia do
Messias;
? Na liturgia judaica, o livro de Rute é lido durante a festa de Shavuot, também conhecida
como Festa das Semanas ou Pentecostes, uma celebração associada à colheita;
? O livro de Rute começa com 3 funerais e termina com 1 casamento; começa com choro e
termina com alegria. O verdadeiro final feliz!
? Rute é uma daquelas histórias: ‘e viveram felizes para sempre’. Não existem muitas
dessas na Bíblia, nem na vida real;
? É interessante pensar onde o livro de Rute está inserido na Bíblia, entre Juízes e 1
Samuel. O Livro de Juízes mostra uma situação de caos do povo que estava distante de
Deus e o 1º Livro de Samuel mostra o início de uma nova fase do povo, a era dos Reis. O
Livro de Rute é a transição do caos para uma nova era! Dessa mesma forma, esse é o
objetivo dos cristãos hoje: retirar as pessoas do caos e da distância de Deus e levá-las
para a vontade do Senhor;
? Já me peguei olhando para situações difíceis e questionando o cuidado de Deus por mim.
Porém, já amadureci o suficiente para ver que o Senhor tem sido fiel comigo. Tenho
recebido muito de Suas mãos; não mereço tanta bondade. Cada dia compreendo um
pouco mais que a história não está toda contada. Ainda não apareceram os créditos no
final da história;
? Hoje nós sabemos como a história do livro de Rute termina. O desfecho revela que Deus
está fazendo mil coisas que desconhecemos. Ele está à frente de tudo o que fazemos; é o
Senhor de nossa história;
? De fato, a esperança desaparecida no livro de Juízes renasceu no livro de Rute. Não foi
nenhum juiz/libertador humano que resolveu o caos e anarquia israelitas. “A vitória final
viria mesmo com Jesus, nosso divino Libertador, Juiz e Rei (Ap 5:9-14). Jesus foi
descendente de Rute (Mt 1:5), a mulher moabita que guardou a aliança de lealdade a
Deus e às pessoas, durante o período dos ‘juízes’;
? O nível espiritual de Israel caiu tanto (Juízes) que moabita já era MELHOR que os
israelitas;
? Deus não leva em conta nossas origens, Ele nos avalia por nossas escolhas!
Conclusão 2 (Ester):
? Alguns comentaristas veem a providência de Deus refletida no nome de
Ester, relacionando-o ao conceito de hester panim, que significa “ocultação do rosto”.
Esse conceito é crucial no relacionamento entre Deus e Seu povo quando Ele parece
ausente (Is 8:17; 50:6; 53:3);
? A história de Ester se reproduz na vida moderna e secular. Em qualquer lugar em que
estivermos, seja no escritório, na estrada, na faculdade ou em casa, e mesmo nas tarefas
mais simples, nossa presença tem importância e pode influenciar a salvação dos outros.
Podemos refletir sobre a pergunta: “Mas quem sabe se não foi para uma conjuntura como
esta que você foi elevada à condição de rainha?” (Et 4:14);
? Se Ester optasse por permanecer em silêncio e não interceder junto ao rei, o socorro e a
salvação para os judeus virão de outro lugar (Et 4:14). Da mesma forma, Jesus usou um
argumento semelhante em Seu tempo: “Se eles se calarem, as próprias pedras clamarão”
(Lc 19:40);
? Se Hamã tivesse conseguido exterminar os judeus, a linhagem do Messias seria
destruída;
? A libertação dos judeus da destruição levou à criação da festa de Purim, celebrada até
hoje pelos judeus com alegria e doações. A festa é precedida por um jejum, ainda se
observa na noite que inicia o dia 14 de adar. Na manhã seguinte, se leria o livro de Ester
inteiro, em grego ou aramaico, ou na língua entendida pela congregação ouvinte (Bíblia
Shedd). Sempre que o nome de Hamã é pronunciado toda a congregação faz um barulho
terrível e todos gritam imprecações como: “Que o seu nome apodreça!”, o povo aplaude
alegremente ao ouvir o nome de Mardoqueu (Comentário Bíblico Devocional – VT, FB
Meyer).
Louvo a Deus pelas maravilhosas lições que podemos aprender de Sua Palavra e é por isso
que sou apaixonado pela Escola Sabatina! #lesadv