COMENTÁRIOS DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA

Segundo Trimestre de 2025

ALUSÕES, IMAGENS E SÍMBOLOS
Como Estudar a Profecia Bíblica

Lição 9 — Nos Salmos (parte 2) — Comentário da Lição da Escola Sabatina

Publicado em 23 de maio de 2025 por Ligado na Videira

Sábado — Nos Salmos.

Quando estudamos profecia, não demora muito e logo chegamos em Apocalipse 12:6, que diz — “E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus para que ali fosse alimentada durante os 1.260 (anos)”. Mas, antes de falar em profecia, vou fazer uso da clássica ilustração do copo que tem água pela metade: uns dizem que ele está quase vazio; outros, que ele está quase cheio.

Vocês sabiam que tem pregador que olha para o texto bíblico e diz que o copo está quase vazio? Adoram falar que Pedro quase morreu afogado, e ainda teve que ouvir Jesus lhe chamar de “homem de pequena fé”.

Ora, ora, ora! Antes de ouvir ser um “homem de pequena fé”, Pedro foi chamado por Jesus — e ser chamado por Jesus não é uma coisa qualquer. Não é um chamado sem fundamento. Jesus a ninguém chama para que se afunde nas águas agitadas da vida. Ocorre, porém, que a vida fora do Éden é cercada de águas agitadas, e se nelas nos afundarmos, temos a história de Pedro para nos confortar: Pedro clamou por socorro, e Jesus o ouviu; provavelmente bebeu alguns goles, mas pediu ajuda, e Jesus (que estava com ele nas águas agitadas) o ajudou. Disse Pedro: “Senhor, salva-me! E imediatamente, estendendo a mão, Jesus o salvou”.

Irmãos, a Bíblia não nos poupa de saber dos afogamentos de Pedro, Jacó, Davi, Manassés e outros tantos — mas ela também não economiza palavras para falar da estendida mão de Deus, pois, “onde abundou o pecado, superabundou a graça”.

Lamentavelmente, tem quem pegue as profecias e faça delas um chicote para amedrontar e ferir seus ouvintes. Dizem que o Espírito Santo vai sair do nosso planeta, e que o caldeirão vai ferver sete vezes mais. Irmãos, o mesmo Jesus que estendeu a mão para Pedro, o fez andar uma segunda vez sobre as águas agitadas, e o levou em segurança até o barquinho — e só então o mar se acalmou. O Espírito Santo vai sim estar com Seu povo até a consumação dos séculos. É incabível imaginar que Ele vai nos deixar sozinhos bem na hora em que a água está batendo no nariz.

A proposta da Lição é: nos Salmos, existem palavras de fé e segurança — vamos prestar atenção em tais palavras! Façamos uso das palavras dos Salmos durante o bater das águas. Lembremos que essas palavras foram “o alimento” da igreja perseguida durante os 1.260 anos da supremacia terrível e espantosa de Roma. E elas podem ser nossas também.

Domingo — Socorro bem presente nas tribulações.

Olha essa maravilha! — “¹ Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. ² Portanto, não temeremos, ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares; ³ ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes estremeçam. 4 Há um rio, cujas correntes alegram a Cidade de Deus, o Santuário das moradas do Altíssimo. 5 Deus está no meio dela; jamais será abalada. Deus a ajudará desde o romper da manhã. 6 Bramam nações, reinos se abalam. Deus faz ouvir a Sua voz, e a terra se dissolve. 7 O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. 8 Venham contemplar as obras do Senhor, que tem feito desolações na terra. ? Ele faz cessar as guerras até os confins do mundo, quebra o arco e despedaça a lança; queima os carros no fogo. ¹° ‘Aquietem-se e saibam que Eu sou Deus; Sou exaltado entre as nações, Sou exaltado na terra’. ¹¹ O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio” (Salmo 46).

Pelas profecias, sabemos que as tribulações virão. Pelo hino 46 do Livro dos Salmos, sabemos que Deus vai estar presente nas tribulações (Até a consumação dos séculos!). Não passaremos um segundo sequer sem Aquele que é o nosso Refúgio e Fortaleza.

Esse Salmo é maravilhoso. Nele, o salmista fala que Deus é o nosso socorro bem presente. Mas, no verso 10, o próprio Deus é quem nos fala — e Ele nos fala o seguinte: “Aquietem-se”; tenham calma; fiquem tranquilos; aguardem e confiem.

Irmãos, “há um rio, cujas correntes alegram a Cidade de Deus, o Santuário das moradas do Altíssimo” — e é pra lá que nós estamos indo.

Segunda — Esperança em meio à turbulência.

Em Daniel 2, temos o esquema profético da Bíblia. Numa estátua, temos a representação dos sucessivos reinos terrestres. Interessante é que a cabeça perde para o peito, que perde para a cintura, que perde para as pernas. Isso é muito interessante! Um ganha do outro, mesmo sendo mais fraco.

O ouro perde para a prata, que perde para o bronze, que perde para o ferro, que, por último, fica misturado com o barro. Pelo olhar meramente humano, isso é difícil de acreditar, mas, assim foi previamente revelado, e a história comprovou ter sido assim.

Em Daniel 7, o leão perde para o urso, que perde para o leopardo, que perde para um animal muito do estranho. Mas, nenhum deles perdeu sem lutar. E quem ganhou, ganhou lutando.

Essa “luta”, a Lição chama de “turbulência”. É o mar agitado. São as confusões que a natureza humana pecaminosa é especialista em fazer e refazer.

Jeremias 4 diz assim: “²³ Olhei para a terra, e eis que ela estava sem forma e vazia; olhei para os céus, e eles não tinham luz. ²4 Olhei para os montes, e eis que tremiam; e todas as colinas estremeciam. ²5 Olhei, e eis que não havia ninguém, e todas as aves dos céus haviam fugido. ²6 Olhei ainda, e eis que a terra fértil era um deserto, e todas as suas cidades estavam derrubadas em ruínas diante do Senhor, diante do furor da Sua ira”.

Mas, por que esse texto de Jeremias está na Lição, se a Lição é sobre os Salmos? Será que é para assustar? Não, não é para assustar. É para dizer que, o que está para acontecer, já é de conhecimento de Deus. Nada acontece sem Ele saber. E, por saber, Ele já tomou providências. Os Seus filhos serão amparados. Ele vai cuidar de cada um dos que Lhe pertencem.

O Salmo 46, que já lemos no início, começa com “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações”. No meio, diz que “O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio”. E finda repetindo a introdução: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações”(versos 1, 7 e 11). Irmãos, é amparo o tempo todo — amparo antes, durante e depois.

Terça — Debaixo de seus pés.

Na noite de Sua última quinta-feira, no cenáculo, Jesus disse que não deveríamos nos preocupar. Ele iria para o Céu, prepararia morada, e voltaria para nos buscar (João 14).

Suas palavras, como já sabemos, estão em vigor. Morreu, ressuscitou, e já está no Céu. Lá, como também já sabemos, está terminando o preparo das últimas moradas. Mas, o que deve nos chamar a atenção é: Jesus, o nosso representante, já está com os pés no Céu. E, na cultura hebraica, pôr os pés num lugar significa “posse”, “direito de propriedade”. Equivale dizer: “Estou com a escritura, com todos as assinaturas e carimbos. Esse lugar é meu”. Portanto, legitimamente, o Céu é de Jesus. Ele lá pode habitar.

Na profecia de Daniel 2, o último reino é o Reino Eterno. É o Reino que tem aos seus pés todos os demais reinos. É o Reino vitorioso. É a Pedra celestial que esmiuça a estátua inteira, e a faz pó; que acaba com os animais, não deixando um chifrinho sequer de lembrança.

Em Zacarias 14:4, está escrito — “Naquele dia, estarão os Seus pés sobre o Monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém”. Esta cena tem a ver com o final do milênio, e a descida da Cidade Santa, e a eliminação do pecado e dos pecadores para todo o sempre. “E o SENHOR será Rei sobre toda a Terra; naquele dia, um será o SENHOR” (verso 9).

Dentro da Cidade, com Jesus, todos os salvos; todos os que foram perdoados por Ele. E, com Ele, momentos depois, todos iremos pôr os pés na nova Terra. Por Jesus, o Céu é nosso, a Terra é nossa!

Irmãos, essa vitória era cantada pelos israelitas. É o Salmo 47 — “¹ Batam palmas, todos os povos; aclamem a Deus com vozes de júbilo. ² Pois o Senhor Altíssimo é tremendo, é o grande Rei de toda a Terra. ³ Ele nos submeteu os povos e pôs as nações debaixo dos nossos pés. 4 Escolheu para nós a nossa herança, a glória de Jacó, a quem Ele ama. 5 Deus subiu em meio a aclamações, o Senhor, ao som de trombeta. 6 Cantem louvores a Deus, cantem louvores; cantem louvores ao nosso Rei, cantem louvores. 7 Deus é o Rei de toda a Terra; cantem louvores com harmonioso cântico. 8 Deus reina sobre as nações; Deus Se assenta no Seu santo trono. ? Os príncipes dos povos se reúnem com o povo do Deus de Abraão, porque a Deus pertencem os escudos da Terra; Ele Se exaltou gloriosamente”.

Quarta — Vinho e sangue.

No início da Lição, usamos um copo como ilustração — uma taça. Imaginem muitas pessoas com a taça na mão, cheia com a bebida oferecida pelo anfitrião, que é o primeiro a levantá-la, saudando todos os seus convidados. À uma só voz, todos respondem: Saúde! Salve! Tim-tim!

Esta cena é usada por Deus. Ele a toma para ilustrar uma situação. Pode ser uma situação positiva, com todos os que estão nas bodas do Cordeiro. A comemoração é de vitória. A satisfação é plena. Mas, pode também ser uma situação negativa, de juízo, de condenação. Todos os que insistem no caminho do pecado, resistindo a voz do Espírito Santo, significando com isso que estão recusando a salvação, todos beberão o cálice “do vinho da ira de Deus” — ou seja, sofrerão o juízo; colherão os espinhos que plantaram; pagarão o preço da desobediência.

No entanto, devo eu ameaçar alguém com essa ilustração? Não. Não devo. O que preciso fazer é mostrar Isaías 6, quando o profeta, ao ter uma visão de Deus, ouve os anjos dizerem “Santo, Santo, Santo é o SENHOR”, e ele, Isaías, diante desse confronto, reconhece sua pecaminosidade. Ou seja, o remédio para o pecador não é ser confrontado com seus pecados e nem ser ameaçado com o “vinho da ira de Deus”. Ameaças não salvam. O remédio é colocá-lo diante do Trono de Deus. Mostrar-lhe a vida santa de Jesus, vida que Ele colocou na cruz em favor da nossa salvação. O que salva é o imaculado sangue do Cordeiro.

Mas esse remédio amargo não está no Apocalipse? Não, não está, porque isso não é remédio. O que está no Apocalipse como remédio é o Evangelho Eterno. E é esse Evangelho Eterno que nós devemos levar ao pecador, a fim de que se arrependa, e volte para Deus, que é rico em perdoar.

Quinta — Para que se conheça a Tua salvação.

Em João 5:17, Jesus falou de Sua eterna disposição: “— Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também”. Mas, lá em Gênesis 12, quando chamou Abraão, disse que este deveria trabalhar também. E muito! “² Farei de você uma grande nação, e o abençoarei, e engrandecerei o seu nome. Seja uma bênção!… ³ Em você serão benditas todas as famílias da Terra”.

E quando vamos para o Apocalipse, nós somos os trabalhadores. De graça recebemos, de graça compartilhamos. E quando chegar o grande Dia, veremos que todos os esforços evangelísticos valeram a pena. Faremos parte de uma grande multidão. Incontável multidão.

Os israelitas cantavam esse assunto através do Salmo 67, que diz: “¹ Seja Deus gracioso para conosco, e nos abençoe, e faça resplandecer sobre nós o Seu rosto; ² para que se conheça na Terra o Teu caminho e, em todas as nações, a Tua salvação”.

Irmãos, é um privilégio fazer parte de um povo que recebe a chuva serôdia para fazer exatamente o que os discípulos fizeram quando receberam a chuva temporã. É um privilégio! Essa é a maior obra dada a um ser humano. Uma obra sem igual!

“Todo verdadeiro discípulo nasce no Reino de Deus como missionário. Aquele que bebe da água viva torna-se uma fonte de vida. O recebedor torna-se doador” (O Desejado de Todas as Nações, p. 146).

Sexta — Conclusão.

“Como sai o Sol em sua missão de amor, desvanecendo as sombras da noite e despertando o mundo para a vida, assim os seguidores de Cristo devem ir em sua missão, difundindo a luz do Céu sobre os que se encontram nas trevas do erro e do pecado.

Na luminosidade da manhã, destacavam-se nitidamente as cidades e aldeias situadas nos montes ao redor, tornando-se num atrativo aspecto do cenário. Apontando-as, disse Jesus: Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte. E acrescentou: Nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa (Mateus 5:14 e 15). A maioria dos que ouviam a Jesus, eram camponeses e pescadores, cujas humildes habitações consistiam apenas em um aposento, no qual a única lâmpada, em seu velador, iluminava a todos os que estavam na casa. Assim, disse Jesus: Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos Céus (Mateus 5:16).

Nenhuma outra luz brilhou nem brilhará jamais sobre os homens caídos, a não ser aquela que dimana de Cristo. Jesus, o Salvador, é a única luz que pode iluminar a escuridão de um mundo imerso no pecado. A respeito de Cristo está escrito: A vida estava NEle e a vida era a luz dos homens (João 1:4). Foi recebendo de Sua luz que os discípulos se puderam tornar portadores de luz. A vida de Cristo na alma, Seu amor revelado no caráter, torná-los-ia a luz do mundo” (O Maior Discurso de Cristo, págs. 39 e 40).

Deus nos abençoe.

Carlos Bitencourt / Ligado na Videira