Lição 8 — Nos Salmos (parte 1) — Comentário da Lição da Escola Sabatina
Publicado em 16 de maio de 2025 por Ligado na Videira
Sábado — Nos Salmos.
Abram o hinário. Percebam que ele é dividido por temas, por departamentos. Tem hino sobre o sábado, batismo, salvação, etc., etc.; tem para Escola Sabatina, introdução e despedida de culto, e até para jovens.
A palavra “salmo” significa “hino”. O Livro dos Salmos, portanto, é o hinário dos hebreus. E assim como agora, eles cantavam sobre o sábado, a criação, o pecado, a salvação, a vinda do Messias, etc., etc. Assim como fazemos através de hinos, eles faziam também.
Por exemplo: Quando iam para Jerusalém, as caravanas cantavam os hinos do hinário (o Livro dos Salmos), e um deles era deixado para o último momento; para quando avistavam a cidade. E o hino era: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor!” Vocês lembram o número desse salmo?
Bem, existem vários hinos lindos, e para todos os gostos. Eu poderia fazer uma lista bem grande dos hinos que mais gosto. Mas, há um que é o meu preferido. Eu diria que é o meu hino. A melodia é irlandesa, mas a letra brasileira é a que me faz amar esse hino. Por muitos anos, foi o hino de número 571. Agora, 498. Mudaram os números, mas o amor pelo hino continua o mesmo. De que hino estou falando?!
Para abrir as portas das profecias, precisamos de chaves. Algumas chaves estão em “histórias”. Nesta semana, veremos as chaves que estão em “hinos” — chaves que estão nos salmos.
Domingo — Nosso Sumo Sacerdote.
O que Jesus está fazendo nesse exato momento? Ele está no Céu, e, conforme bem ensinado no Santuário terrestre, está administrando a nossa salvação. Por sinal, o Santuário terrestre era cópia do Santuário Celestial.
O sumo sacerdote era o único que entrava no Lugar Santíssimo — o Santo dos Santos. E, quando entrava, administrava uma obra que a ninguém era dada, a não ser a ele mesmo. Tudo era único, tudo era exclusivo.
Sendo assim, vocês querem entender como o Plano da Redenção começa, se desenvolve, e termina? Querem?! Então, olhem para o Santuário do Velho Testamento. Vejam cada uma das etapas; cada uma das tarefas; cada um dos objetos; vejam até cada uma das festas do calendário israelita. Tudo tinha a ver com a “salvação”.
Imaginem uma professora contando uma história para alunos infantis, que ainda não sabem ler e escrever. Ela coloca gravuras num quadro de feltro. Gravura por gravura, ela vai contando e ensinando. Ela vai formando o imaginário daquelas mentes ávidas pela história. E as crianças prestam atenção e a compreendem.
Da mesma forma, Deus contou que viria salvar e como salvaria. Isso está implícito já no primeiro sacrifício realizado, em Gênesis 3:21, quando um cordeiro foi morto, e seu sangue derramado, e de sua pele foi feita uma vestimenta. Esse sistema “patriarcal”, mais adiante, passou a ser o sistema do “Santuário”, que veio a ser o sistema do “Templo”.
Bem, já que não havia Bíblia para todo mundo, Deus achou por bem ensinar através de hinos — através de salmos. E como também não havia hinário para todo mundo, os sacerdotes e levitas ensinavam hinos que ensinavam o Plano da Redenção. E os israelitas cantavam esses hinos em seus afazeres diários.
Reparem a letra do Salmo 122: “¹ Alegrei-me quando me disseram: ‘Vamos à Casa do Senhor’. ² Pararam os nossos pés junto às suas portas, ó Jerusalém! ³ Jerusalém, você que está construída como uma cidade bem sólida, 4 para onde sobem as tribos, as tribos do Senhor, como convém a Israel, para renderem graças ao nome do Senhor. 5 Lá estão os tronos de justiça, os tronos da casa de Davi. 6 Orem pela paz de Jerusalém! Que sejam prósperos aqueles que a amam. 7 Reine paz em seu meio e prosperidade nos seus palácios. 8 Por amor dos meus irmãos e amigos, eu peço: ‘Haja paz em você!’ ? Por amor da Casa do Senhor, nosso Deus, buscarei o seu bem”.
Segunda — Sobre o Monte Sião.
Já aprendemos que o Cordeiro é Jesus, e que o Sumo Sacerdote é Jesus. Agora, vamos falar um pouco sobre o Monte Sião.
Tel Aviv está no litoral de Israel. É praia. Jerusalém está uns 60 km para o interior, numa região que chega a 800 m de altitude. Nem 30 km depois de Jerusalém, encontramos a cidade de Jericó, que está uns 250 m abaixo do nível da praia, em Tel Aviv — ou seja, uns 1.200 m abaixo da parte alta do Monte Sião, onde está a cidade de Jerusalém. É por isso que repetidas vezes é dito “subamos para Jerusalém”.
Na mente dos israelitas, Jerusalém era a cidade impenetrável — a fortaleza — o lugar onde Deus estava — o local do Seu santo trono — o Templo. Irmãos, os filhos de Sião amavam esse lugar. Amavam ali estar. E, ensinados através de hinos teológicos, cantavam esses hinos. Eis aqui dois deles:
Salmo 15: “¹ Senhor, quem habitará no Teu tabernáculo? Quem poderá morar no Teu santo monte? ² Aquele que vive com integridade, que pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade; ³ aquele que não difama com sua língua, não faz mal ao próximo, nem lança injúria contra o seu vizinho; 4 aquele que, a seus olhos, tem por desprezível ao que merece reprovação, mas honra os que temem o Senhor; aquele que jura e cumpre o que prometeu, mesmo com prejuízo próprio; 5 aquele que não empresta o seu dinheiro com usura, nem aceita suborno contra o inocente. Quem age assim não será jamais abalado”.
Salmo 24: “¹ Ao Senhor pertence a Terra e a sua plenitude, o mundo e os que nele habitam. ² Porque Ele fundou-a sobre os mares e sobre as correntes a estabeleceu. ³ Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de permanecer no Seu santo lugar? 4 O que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à falsidade, nem faz juramentos com a intenção de enganar. 5 Este receberá do Senhor a bênção e a justiça do Deus da sua salvação. 6 Esta é a geração dos que O buscam, dos que buscam a face do Deus de Jacó. 7 Levantem as suas cabeças, ó portas! Levantem-se, ó portais eternos, para que entre o Rei da glória. 8 Quem é o Rei da glória? O Senhor, forte e poderoso, o Senhor, poderoso nas batalhas. ? Levantem as suas cabeças, ó portas! Levantem-se, ó portais eternos, para que entre o Rei da glória. ¹° Quem é esse Rei da glória? O Senhor dos Exércitos, Ele é o Rei da glória”.
Na profecia, “quem habitará no Teu tabernáculo?” — “Quem subirá ao monte do Senhor?” —“Quem há de permanecer no Seu santo lugar?” — Apocalipse 14 responde: “¹ Olhei, e eis que o Cordeiro estava em pé sobre o Monte Sião”. Que cena gloriosa! O nosso Senhor Jesus Cristo exatamente no Lugar Santo de Deus! E, com Ele, todos os que aceitam a salvação por Ele concedida.
Semana passada, na visão que Isaías teve sobre a santidade de Deus, vimos que somos absolutamente impuros; porém, há uma obra celestial em nosso favor — uma obra de purificação. Sendo assim, purificados por Jesus Cristo, com Ele podemos estar em Jerusalém, no Monte Sião, diante do Templo de Deus.
Terça — A Lei em nosso coração.
É muito conhecida a expressão “marca da besta”. Será que um dia veremos pessoas com a palavra “besta” escrita na testa? Será usada caneta Bic ou um carimbo?
Também sabemos que alguns receberão o “selo de Deus”. Como será esse selo? Será do tipo desses que compramos nos Correios?
Em relação a Lei de Deus, nos é dito que Ele a imprimirá em nossos corações. Como é que isso acontece?
Irmãos, estamos diante de “figuras de linguagem”. Quando falamos que alguém é desonesto, falamos porque sabemos que assim é o seu caráter, a sua conduta. Quando falamos que por determinada pessoa pomos a mão na fogueira, falamos porque confiamos no caráter de tal pessoa. Sabemos que a conduta dessa pessoa é boa. Não é preciso escrever na testa de nenhum deles.
A “marca da besta” é vista na vida de quem não obedece a Palavra de Deus. Mas o “selo de Deus” é visto na vida de quem obedece a Palavra de Deus. Portanto, uma questão de “desobediência” versus “obediência”; questão de quem é o meu senhor; questão de qual caminho eu escolhi para caminhar.
O Salmo 119 é curtinho. Tem só 176 versos. Mas ele é todo extraordinário. Muito maravilhoso! É sobre a Bíblia, a Palavra de Deus. Vale a pena le-lo.
Aqui, escolhi alguns. Os israelitas cantavam assim: “¹¹ Guardo a Tua Palavra no meu coração para não pecar contra Ti” — “?7 Quanto amo a Tua Lei! É a minha meditação todo o dia!” — “¹°5 Lâmpada para os meus pés é a Tua Palavra, e luz para os meus caminhos”.
O verso 54 diz assim: “Os Teus decretos são motivo dos meus cânticos, na casa da minha peregrinação”. Isso significa que, enquanto peregrinamos, cantamos a alegria de servir a Deus, de obedecer a Sua santa Lei.
Me fez lembrar o antigo hino 555, que agora é 486: “Mas té então eu seguirei cantando / Té então contente eu hei de estar / Até o dia em que a cidade eu veja / E ouça a Deus chamar-me ao lar”.
Quarta — Salmo 5.
A palavra “tabernáculo” significa moradia. O Tabernáculo de Deus era a moradia de Deus, a Casa de Deus. Era onde Deus Se manifestava. Onde Se fazia presente. O Tabernáculo também é conhecido por “Santuário”.
Os Salmos cantam muito a alegria de estar diante de Deus, na Casa de Deus, em atitude de adoração. No Salmo 55:7, cantamos: “Entrarei na Tua Casa e me prostrarei diante do Teu santo Templo”. Irmãos, essa é a atitude descrita no Apocalipse. O tempo todo se fala em reverência diante de Deus, em atitude de adoração para com Deus.
Porventura, não é a “adoração” o tema central do grande conflito? Não é a falta de adoração o princípio de todos os males?
Irmãos, “adoração” é o centro da mensagem angélica. E é confortante saber que, embora pecadores, fomos alcançados por Deus, e nEle restaurados e habilitados para a adoração. É uma satisfação enorme dizer que, graças a Jesus Cristo, voltaremos a ter o privilégio de adorar o nosso Deus.
“Alegrem-se todos os que confiam em Ti; cantem de júbilo para sempre, porque Tu os defendes; e em Ti se gloriem os que amam o Teu nome” (Salmo 5:11).
Quinta — Ensinar aos transgressores os Teus caminhos.
Semana passada, ao considerar a visão que Isaías teve no capítulo 6, quando ele viu o Trono de Deus, a santidade de Deus, e ficou aterrorizado com sua própria pecaminosidade, vimos que Deus fez uma pergunta: “A quem enviarei, e quem há de ir por Nós?” Essa pergunta é espetacular. Faz lembrar Gênesis 3:9, quando Deus perguntou: “Adão, onde você está?”
Irmãos, sendo Onisciente, por que Deus faz perguntas? Estaria Ele buscando informações? Não! Claro que não!
Quando o professor de matemática pergunta quanto é 2 + 2, ele não pergunta por não saber a resposta. Pergunta, isso sim, para focar o pensamento do aluno na questão. No caso de Adão e Isaías, a situação é a mesma. Em sua resposta, Adão confessou a razão de se esconder. No caso de Isaías, ele respondeu o que todos os purificados devem responder. Recebido o perdão, os perdoados olham para Deus de forma diferente — e não tem como não entrar na obra de Deus. Não tem! Entram com gratidão; com satisfação; com um prazer imenso. Passam a ser missionários imediatamente. Entendem que trabalhar na seara é uma questão de adoração, e o fazem em resposta ao amor de Deus.
É muito conhecido o hino cantado por Davi, quando Natã falou com ele a respeito do pecado com Bate-Seba. Nesse hino, Davi diz: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável”. Frase linda! Preferida por muitos! Porém, não só de verso 10 vive o Salmo 51. Na continuação, Davi canta: “¹² Restitui-me a alegria da Tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário. ¹³ Então ensinarei aos transgressores os Teus caminhos, e os pecadores se converterão a Ti. ¹4 Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua exaltará a Tua justiça. ¹5 Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca manifestará o Teu louvor” (versos 12-15).
Para conclusão, Caminho a Cristo, pág. 50: “Tão logo uma pessoa aceita a Cristo, em seu coração nasce um desejo de apresentar aos outros o precioso amigo que encontrou em Jesus Cristo”.
Sexta — Conclusão.
“Cristo queria elevar e refinar a mente humana, purificando-a de toda escória, de modo a poder o homem apreciar o amor que não tem paralelo.
Mediante o arrependimento, a fé e as boas obras, ele pode aperfeiçoar um caráter justo e reivindicar, pelos méritos de Cristo, os privilégios dos filhos de Deus. Os princípios da verdade divina, recebidos e acariciados no coração, levar-nos-ão a uma altura de excelência moral que não haveríamos imaginado possível atingirmos.
A santidade de coração e pureza de vida, eis os grandes objetivos dos ensinos de Cristo. Em Seu sermão do monte, depois de especificar o que precisa ser feito a fim de ser bem-aventurado, e o que é preciso não fazer, diz: ‘Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos Céus’. A perfeição, a santidade – nada menos que isso lhes daria êxito no sustentar os princípios que lhes dera. Sem essa santidade, o coração humano é egoísta, pecaminoso e depravado. A santidade levará seu possuidor a dar frutos, e ser rico em toda boa obra. Ele nunca se cansará de fazer o bem; tão pouco terá em vista a promoção neste mundo; visará a ser promovido pela Majestade do Céu quando Ele exaltar a Seu trono Seus santificados e santos. A santidade de coração produzirá retas ações.
Como Deus é puro em Sua esfera, assim o homem deve ser na sua. E será puro, se Cristo, a esperança da glória, habitar no interior; pois ele imitará a vida de Cristo e refletirá Seu caráter.
A principesca dignidade do caráter cristão resplandecerá como o Sol, e os raios luminosos irradiados da face de Cristo se refletirão nos que se purificaram a si mesmos assim como Ele é puro” (Filhos e Filhas de Deus, pág. 10 — Meditação Matinal de 04/01/1956).
Deus nos abençoe.
Carlos Bitencourt / Ligado na Videira